“Cavalo encilhado não passa duas vezes”. Esse ditado é muito popular no Rio Grande do Sul. Em outras regiões, o “encilhado” muda para “selado” ou “arreado”, mas o significado continua igual. É uma frase que fala sobre as oportunidades perdidas, aquelas que ficam na nossa frente e que não sabemos, não queremos ou não conseguimos aproveitar. Mas, quem dera fosse só um cavalo…

As escolhas são inevitáveis na nossa existência. Cada decisão que tomamos molda nosso caminho, influenciando não apenas o presente, mas também o futuro. São muitos cavalos que passam encilhados na nossa frente, e cada um que deixamos de montar pode virar um enorme arrependimento depois. E por quê? Por hesitação, medo ou simplesmente falta de discernimento.

As oportunidades perdidas são mais que apenas momentos passados. São lições que nos lembram da importância da ação e da coragem de seguir adiante. Elas podem se manifestar de várias formas, desde carreira e relacionamento até experiências de vida. É natural da nossa vida lamentar o que poderia ter sido se o “não” desse lugar ao “sim”.

Um dos aspectos mais dolorosos das oportunidades perdidas é a sensação de estarmos presos ao passado, revivendo mentalmente as escolhas não feitas e imaginando como as coisas poderiam ser diferentes. É um ciclo de remorso que nos detém de um jeito muito forte, e que muitas vezes nos impede de aceitar o passado e avançar.

Uma abordagem para lidarmos com as oportunidades perdidas é analisar o que poderia ter sido feito de maneira diferente. "O que me impediu de agir naquele momento?" é uma pergunta que precisamos fazer mentalmente. Essa autoconsciência é essencial para entendermos melhor nossas motivações, medos e comportamentos.

Porém, menos mal que não é só um cavalo… Nossa vida é repleta de novas oportunidades esperando para serem descobertas, e que trazem para nós a chance de recomeçar e buscar aquilo que desejamos. Às vezes, as melhores chances surgem de um contratempo, de um acaso ou de alguém que está ao nosso lado quase diariamente. Às vezes, as atitudes falam muito mais alto que as palavras.

É crucial cultivarmos uma mentalidade de abertura e disposição para correr riscos. Isso significa estarmos dispostos a sair da zona de conforto, enfrentar medos e persistir mesmo diante do fracasso.

Os cavalos encilhados passam o tempo inteiro na nossa frente. Basta saber como iremos montá-los e responder para nós mesmos quem somos e qual será o nosso futuro, transformando as perdas em ganhos.