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Região

Alto Uruguai: perdas no milho chegam a 100%

Erval Grande é mais um município da região a decretar situação de emergência, prejuízos passam dos R$ 24 milhões. 10% da área plantada de soja já tem graves problemas de germinação, a citricultura tem perdas de 30%, na bovinocultura de corte os prejuízos chegam a 60%, e o leite já registra 45% de redução na produção

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Milho está morrendo em pé
Córregos secaram. Ivonir afirma que 10% da área plantada de soja já tem graves problemas de germinaç
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Divulgação

A safra 2020/2021 iniciou com estiagem em muitos municípios, o que está trazendo prejuízos para as lavouras de milho, atrasando o plantio da soja e muitos problemas para todos os outros setores agrícolas. A chuva na região tem sido esparsa, dividida, localizada, e onde as precipitações estão baixas não foi plantado, praticamente, quase nada da cultura de soja, explica o engenheiro agrônomo, Luiz Angelo Poletto, assistente técnico regional em Sistemas de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar.

Segundo Poletto, a chuva não está ocorrendo em Erval Grande, Faxinalzinho, São Valentim, Itatiba do Sul, Barra do Rio Azul, Aratiba, Marino Moro, Severiano de Almeida, Marcelino Ramos, parte de Viadutos, Gaurama, numa faixa de Erechim, e, também, em alguns outros municípios, em que parte deles não chove. “Nesses onde não chove os produtores não plantaram a soja”, afirma. Nos demais municípios a soja já foi implantada e da área prevista inicial de 234 mil hectares cerca de 70% a 80% da cultura foi plantada.

Poletto comenta que nos municípios que não tem precipitação o milho praticamente não vai ter produção. “É ali que está localizado 60% do milho da região, no Vale do Rio Uruguai”, observa.

O engenheiro agrônomo explica que em Ponte Preta tem locais que não está chovendo, assim como em Barão de Cotegipe, Áurea, Carlos Gomes a precipitação é desparelha. “É uma situação diferente. Agora estamos fazendo as perícias para o Proagro, para ver o que os produtores estão perdendo. Os técnicos estão visitando as propriedades e constatando perdas nas lavouras de milho acima de 80%, e em muitas áreas com 100% de perdas”, afirma.  

Erval Grande

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater de Erval Grande, Ivonir Antônio Biesek, o município decretou situação de emergência ontem (18) devido aos problemas causados pela estiagem. “A cultura do milho já tem 65% de quebra da estimativa de safra inicial, que eram 800 hectares de lavouras e produtividade estimada de 9 mil quilos por hectare. Tem casos de lavouras com 100% de perdas, mas a média até agora está em torno de 65% de quebra”, comenta.

Ivonir comenta que a cultura da soja com previsão de ter 3 mil hectares no município, tem 10% da área plantada e com graves problemas de germinação. A citricultura está com 30% de quebra, até o momento, com relação a expectativa inicial de produtividade, que era de 35 toneladas por hectare. Na bovinocultura de corte as perdas chegam a 60%, em função da deficiência muito grave nas pastagens e, também, no fornecimento de água para o rebanho.

No leite, já se contabiliza 45% de redução na produção leiteira. “O problema maior nesta área é o futuro. Isso porque os produtores estão mudando o sistema alimentar do rebanho, utilizando silagem, fenos, ração, e não estão conseguindo produzir milho para a silagem e nem as pastagens para alimentação do rebanho. Então, a partir do momento que terminar as reservas de alimentos a situação tende a piorar”, observa.   

“Temos problemas gravíssimos de água, com caminhões da prefeitura e particulares levando água pra várias propriedades rurais, em torno de 80 mil litros diários, tanto para consumo humano, quanto para dessedentação animal. Ele ressalta que as atividades de suinocultura e avicultura em regime de integração muitos deles estão com sérios problemas no fornecimento de água.      

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