Muito trabalho e fé foram os pilares que ajudaram a construir a comunidade de Vila Hortência em Centenário, que comemorou 100 anos no último fim de semana. Para celebrar esse momento foi realizada uma grande festa, que reuniu mais de mil pessoas. Na ocasião, se comemorou os 100 anos da fundação da pequena capela, que é uma das mais antigas da região. Hoje, a comunidade com cerca de 500 moradores, é distrito do município de Centenário e foi um dos primeiros locais da região a ter uma capela católica.
Capela
A primeira capela da comunidade foi inaugurada em 1919, após os moradores locais se reunirem para viabilizar o trabalho. Quase duas décadas depois, em 1938, viu-se a necessidade de ampliação, que foi reestruturada para receber os moradores de toda a região, que iam até o local para expressar sua fé.
Os moradores mais antigos contam que, inicialmente, o padre chegava na comunidade a cavalo, de charrete, que na época era chamada de aranha, ou de carroça. As famílias iam até a sede paroquial buscá-lo, e esta função era chamada de operação “volante”.
Atualmente, uma grande capela está localizada na rua principal do distrito, sendo um dos principais pontos de encontro dos moradores da região, principalmente nos dias de missa e festas da comunidade. A atual Capela foi inaugurada no ano de 1980 e recebeu o nome de São João Batista, em homenagem ao primeiro morador da comunidade, João Pollom.
Administração municipal
O prefeito Hilário José Kolassa em nome de toda administração municipal de Centenário parabenizou a comunidade que reuniu mais de mil pessoas para celebrar o centenário. “Foi uma grande festa”, diz.
Segundo Hilário, a Vila Hortência é uma comunidade muito importante para o município, faz parte da história de Centenário, abrigou os primeiros imigrantes poloneses, que ajudaram a construir o município. Ele acrescentou que a Vila Hortência vai receber investimentos em infraestrutura nos próximos meses, uma ponte e asfaltamento de ruas.
Moradores
Dionísio Plucinski, 90 anos, chegou na Vila Hortência com apenas 3 meses de idade, passou toda sua vida dedicada ao crescimento da comunidade, casou-se e teve filhos. Ele destaca que a comunidade sempre foi muito grande, e não havia muitas dificuldades de morar ali, já que sempre houve uma cooperação mútua entre os moradores.
Itamar Pollom, 54 anos, dedica-se a comunidade há mais de 30 anos como ministro da Eucaristia e conta que sua família faz parte da comunidade há quatro gerações, sendo um dos descendentes de João Pollom, que foi o primeiro morador da localidade. Ele destaca que sente um orgulho muito grande em fazer parte desta história, e por fazer parte de uma família que sempre se dedicou a religiosidade e ao trabalho comunitário.
Segundo Giocondo Pollom, 82 anos, sempre houve muita mobilização para manter a capela ativa e fazer as reformas que foram necessárias durante os anos. Ele enfatiza que a chegada dos 100 anos da comunidade foi possível por meio da dedicação de muitas pessoas, que trabalhavam com muita dificuldade para a realização dos trabalhos.
Claudina Mikuanski Lonkzinski, 89 anos, lembra dos vizinhos e dos momentos marcantes que passou nesta comunidade, como quando ia na catequese à cavalo juntos com seus irmãos, e, também, de uma passagem na capela local, quando passou sua primeira comunhão.