Na última segunda-feira (11) a Universidade Regional Integrada (URI) realizou eleições internas para escolha de seus novos dirigentes, que exercerão o mandato por quatro anos a partir de 1º de setembro. Nesta matéria especial o Jornal Bom Dia traz o que pensam e como pretendem agir frente à universidade, o reitor eleito Arnaldo Nogaro e o diretor geral de Erechim, Paulo Roberto Giollo. Os desafios são muitos, a exemplo dos diretores que os antecederam
“Os desafios são relacionados ao tripé ensino, pesquisa e extensão” , afirma Nogaro
Vivemos uma nova realidade do ensino superior. Isso requer uma readequação de atuação, principalmente no interior?
Arnaldo Nogaro: as causas macro da complexidade da gestão do ensino superior hoje estão relacionadas ao aumento da oferta de cursos, à desregulação governamental e diminuição do contingente populacional nas regiões interioranas, sem contar a recessão econômica do país. Isso demanda maior criatividade, novas estratégias e diversificação de oferta.
Diante deste quadro quais os desafios?
Nogaro: os desafios que identifico pela frente na gestão futura se dão em aspectos relacionados ao tripé ensino, pesquisa e extensão. No ensino de graduação, mais que expansão, precisamos dinamizar cada vez mais as práticas de sala de aula com novas metodologias para atender ao perfil de jovens que nela estão, buscar novas tecnologias e laboratórios de última geração. Além de investimentos em qualificação permanente nos docentes. Na pós-graduação Lato Sensu encontrar novos nichos de mercado para atender demandas que surgem e no Stricto Sensu criar novos programas e consolidar os existentes além de ampliar a internacionalização.
Qual a importância das parcerias, a pesquisa e a extensão?
Nogaro: Na pesquisa, a iniciação científica está bem consolidada, precisamos avançar na pesquisa aplicada e em parcerias com outras universidades e fundações que tenham interesses afins. A extensão cresceu muito nos últimos anos na URI e pode crescer mais com o aumento da área da saúde nos diferentes Câmpus. A gênese comunitária da URI nos beneficia em relação a isso. Há um outro grande desafio que já está em andamento que é a internacionalização. Vários alunos de graduação estão no exterior fazendo intercâmbios. O desafio agora é com a pós-graduação Stricto Sensu e com professores dos programas de mestrado e doutorado.
Quando irá se reunir com todos os eleitos da universidade?
Nogaro: Nos próximos meses estaremos nos reunindo com os gestores eleitos para o período de 2018- 2022 para a elaboração do Plano de Gestão onde serão definidas as metas e traçados outros desafios à luz do que pensam os demais líderes eleitos na URI.
-----------------------------------------------------
“Estamos buscando entrar na área de cursos à distância”, adianta Giollo
A restrição de financiamento estudantil é um desafio para as universidades?
Paulo Giollo: Na minha visão e conversando com outros diretores de universidades comunitárias e privadas, o ensino superior vive um momento complicado. As universidades públicas têm restrições orçamentárias e as privadas com essa redução drástica do Fies acabaram tendo uma fuga de alunos. Sem o financiamento reduziu e muito os alunos de todas as instituições.
Diante desse quadro é necessário buscar alternativas?
Giollo: A economia num processo de lenta recuperação, temos poucos alunos com capacidade de pagamento. Nosso grande desafio será para este final de ano e nos próximos, tentarmos alternativas para trazermos os alunos de volta. Nós, como URI Erechim temos um diferencial que é o curso de medicina novo que está em seu primeiro semestre, e tem um alto poder de atração de alunos. Esse curso vai nos ajudar nesse crescimento, temos o curso de veterinária que também tem uma boa procura, mas de um modo geral teremos que achar alternativas para conseguir financiar para o aluno os cursos.
Entre os vários serviços, os cursos à distância passam a ser uma maneira viável de ensino?
Giollo: Outro trabalho que estamos fazendo e estamos buscando é entrar na área de cursos à distância, para também termos essa oferta, pois tem muitas pessoas que acabam procurando por essa modalidade. E posteriormente temos a possiblidade de instalar o sistema híbrido, que será provavelmente a forma de estudo do futuro. Uma parte à distância e as práticas de forma presencial. Como temos uma estrutura muito boa em todos os cursos, isso acaba ficando muito facilitado, para fazermos esse tipo de movimento.
Atualmente Erechim tem muitas universidades. É possível trabalhar em conjunto?
Giollo: Conversando com as lideranças do município, o prefeito Schmidt, o presidente da Accie Fabio Vendruscolo, nos tornamos na minha visão um polo de educação. São duas federais, uma estadual, uma comunitária, outra particular e temos que fazer uma ação em conjunto divulgando esse polo. Vivemos numa cidade tranquila, boa de morar, sem problemas de violência, com ótima infraestrutura. E isso pode atrair jovens de outras regiões. As famílias estão diminuindo, temos um crescimento vegetativo e falta para nós esse aluno em maior quantidade. Quem sabe, aproveitando o curso de medicina, aproveitando essa tranquilidade de nossa cidade conseguiremos mais alunos de outras regiões.