O governador José Ivo Sartori participou, nesta quinta-feira (29), do primeiro encontro do ano do Clube de Opinião de Porto Alegre, liderado pelo jornalista Julio Ribeiro. A conversa com cerca de 30 comunicadores sobre o balanço da sua gestão à frente do Poder Executivo aconteceu na sede da Associação Comercial de Porto Alegre.
Ribeiro abriu o encontro fazendo um panorama da gestão de Sartori, ressaltando a serenidade no enfrentamento das dificuldades. O jornalista questionou o governador se este é "um governo para ser lembrado, continuado ou esquecido".
"Nunca abri mão daquilo que eu sempre fui. Quero sair do Palácio do mesmo jeito que entrei. O papel que eu tenho que desempenhar não é para ser lembrado nem para ser esquecido. É para fazer o que precisa ser feito", afirmou.
Sartori começou sua fala fazendo uma análise da gestão. “Eu sou daqueles que acho que o balanço é positivo e que estamos no caminho certo. Fomos o primeiro Estado a perceber a crise financeira e estrutural e tomar as medidas para seu enfrentamento. Tenho a convicção de que nós fizemos no Rio Grande do Sul o que ninguém fez. E essas medidas ainda não são suficientes", destacou.
O governador também citou mudanças e transformações que foram implantadas junto com o grupo de secretariado para enfrentar a grave crise financeira e dar mais autonomia para o Estado poder investir nas áreas essenciais. Entre as medidas lembradas estão o Regime de Previdência Complementar; a primeira Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual do país; a construção de orçamento realista com o consenso de todos os Poderes; e o novo modelo de governança e gestão que possibilitou modernizar o Estado e atrair novos investimentos e parcerias.
A consolidação de parcerias público-privadas (PPPs) é um dos legados do governo, segundo Sartori. Ele lembrou as iniciativas na área da Segurança Pública e citou o exemplo do grupo de empresários que arrecadou recursos para a compra de 46 viaturas para a Brigada Militar e a Polícia Civil, além de armamentos e equipamentos de tecnologia. Na área da Educação, falou das oito instituições de Ensino Superior que vão trabalhar em conjunto com o governo do Estado para elaborar projetos e obras nas redes elétricas de duas mil escolas públicas.
"As dificuldades não nos paralisaram. Nos ajudaram a fazer as mudanças que eram necessárias. O gaúcho é pioneiro, e mexer na estrutura do Rio Grande do Sul é também um pouco de pioneirismo", declarou.
Regime de Recuperação Fiscal
A adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) também foi pauta do encontro. “O Regime de Recuperação Fiscal não é a solução para todos os problemas, mas é um grande passo. O Estado vai deixar de desembolsar R$ 11,3 bilhões em três anos, prorrogáveis por mais três", enfatizou Sartori.
Outro ponto positivo do RRF destacado pelo governador é a possibilidade do Rio Grande do Sul, a partir da adesão, fazer financiamentos. "Nesses três anos e três meses fomos impedidos de fazer um real se quer de financiamentos", lembrou.
A adequação da dívida com a União também foi lembrada pelo governador, que ressaltou que os juros foram reduzidos de 6% para 4%, diminuindo o estoque da dívida em R$ 22 bilhões.
Mudanças necessárias para o desenvolvimento
Sartori disse que a situação financeira do Estado não é nada fácil e a previsão é ter um déficit de R$ 8 bilhões no caixa no fim de 2018. “Mas, se o governo não tivesse feito as mudanças, como o contingenciamento de gastos, o corte no número de CCs (Cargos em Comissão), a redução de secretarias, o déficit poderia chegar a R$ 25 bilhões este ano”, enfatizou.
O ano de 2018 é marcado por ser um ano eleitoral, mas o governador defendeu que isso não pode paralisar o Rio Grande do Sul nem o Brasil. “O mais importante é que os projetos que implantamos tenham continuidade. A modernização do Estado precisa continuar. O caminho é longo, mas precisamos enfrentar”, complementou.
O secretário de Comunicação, Cleber Benvegnú, acompanhou o governador no encontro.