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Rural

Soja: Otimismo e preocupação no campo

Lavouras podem sofrer com falta de chuva na reta final do ciclo da safra

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Por Edson Castro
Foto Antonio Grzybowski

O clima de euforia com a área a produção alcançada na área já colhida de soja, contrasta com a preocupação pela falta de chuva na região. Os dados foram apontados neste início de semana por técnicos e produtores.

Segundo a Emater, cerca de 20% das lavouras de soja no Alto Uruguai são precoces, plantados mais cedo. Deste total, aproximadamente 10% já está colhido. Produtores aproveitaram os últimos dias, com tempo bom, para iniciar a colheita na região.

De outro lado, os outros 80% das lavouras cultivadas, são de ciclo médio e tardio. E é justamente nestas lavouras que está a preocupação de técnicos e produtores. “Estamos esperando chuva, para que justamente se conclua o ciclo da planta”, destaca Mauricio Viccini, produtor da Linha São Brás, interior de Erechim. De acordo com ele, até agora, as lavouras têm apresentado boa formação de grãos e desenvolvimento da planta.

Mas o alerta fica justamente para a quantidade de dias sem chuvas e que já trazem alerta ao campo. “Temos uma previsão de instabilidade maior para esta semana, mas nada definido em quantidade de chuvas para a região. Estas plantas de ciclo médio e tardio, ainda precisam finalizar a formação do grão para o amadurecimento e para isso é preciso chuva. Caso não tenhamos pancadas fortes esta semana, pode sim haver uma preocupação maior com a produtividade das lavouras que ainda não estão totalmente prontas para a colheita”, enfatiza o Assistente Técnico da Emater, Nilton Cipriano Dutra de Souza.

Chuva

Mas há a expectativa de boa notícia para os produtores. Isso porque, de acordo com o Observador Meteorológico da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, Ivegndonei Sampaio, deve voltar a chover com intensidade, especialmente após o meio da semana.

Segundo ele, a instabilidade aumenta sobre a região a partir da quarta-feira (14) e traz chuva com maior intensidade entre a quinta (15) e madrugada de sexta (16). O tempo fica nublado já nesta terça e quarta, podendo até mesmo haver pancadas em pontos isolados.

Colheita avança

Dorvalino Scanegata plantou 15 hectares de soja no interior de Paulo Bento. Na lavoura dele, a colheita iniciou ainda na última semana. Parte da área plantada, no entanto, cerca de cinco hectares, ainda está com a planta verde.

Seu Dorvalino está entre os produtores que pretendem esperar um pouco mais para vender o grão, apostando em uma alta de valor pago pela saca, hoje em R$ 67,50.

Odirclei Mariga também produz em Paulo Bento e diz que devido ao clima, não espera produzir mais que 65 sacas por hectare. Ele lamentou o custo de produção, atualmente na casa de 25 sacas por hectare. Frisou ainda que, parte da colheita, em torno de 20 sacas por hectare, ficarão na propriedade, como semente para o próximo plantio.

Preço

Nilton cita que os produtores não devem esperar por grande subida do preço da soja para esta safra. “Nós temos um cenário muito bom para a soja brasileira. A queda na produção argentina e norte-americana, aliado ao grande consumo por parte da China, faz com que tenhamos uma boa expectativa com a valorização do nosso produto. No entanto, o produtor não deve acreditar que haverá um supervalorização, passando dos R$ 80,00 a saca”, estima o Assistente Técnico da Emater.

De acordo com Nilton, a expectativa de mercado futuro, é que em maio a saca da soja esteja na casa de R$ 72 a 73. “Talvez se consiga, de acordo como vai o mercado, chegar a algo em torno de R$ 76, mas muito provável não mais que isso”, explica.

Futuro

Se a safra de 2018 anima a cadeia da soja brasileira, a de 2019 deve melhorar ainda mais. Isso porque, pela primeira vez na história, a produção brasileira deverá assumir a liderança no ranking mundial, passando os Estados Unidos.

“É uma projeção importante. Isso se dará com aumento da produtividade e a algumas novas áreas na região central do Brasil”, enfatiza.

Mas tudo isso traz também uma preocupação. “Os produtores estão ocupando as lavouras somente com soja, e isso pode reduzir a médio prazo a conservação do solo. Já notamos este ano que alguma lavouras sofreram com erosões provocadas por grandes volumes de chuvas. Nós orientamos que o produtor deve ter pelo menos um terço de sua área plantada com milho, e que se faça a rotatividade. Isso aumenta a quantidade de palha na terra, evitando erosões e também aumentando a sanidade da área, controle de pragas entre outros”, enfatiza Nilton.

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