Isso acontece com você?
Cristian Andreolla
Personal trainer
Existem certos aspectos em nossas vidas que nos fazem questionar, em momentos recorrentes, o porquê da sua ocorrência. São momentos que moldam nossa rotina, e que fazem, por exemplo, você chegar em casa as dezoito horas, se deitar no sofá e passar longas três horas assistindo às novelas ou aos noticiários das redes televisivas. Ou, ainda, chegar do trabalho as vinte e poucas horas e mergulhar a face num hambúrguer que poderia explodir a cidade de Hiroshima mais uma vez. Ou, ainda, deixar as horas passarem em dramáticos momentos inúteis.
Você então, em ataques de ansiedade, filosofa sobre tudo que você poderia estar fazendo e fica ainda mais ansioso, por estar ansioso. Esse grau de ansiedade faz com que você procrastine ainda mais e faça a sua rotina continuar imutável. Você, então, abre seu Instagram e seu Facebook e observa as inúmeras fotos e frases de efeito inspirador e fica refletindo no quão mísera está sua vida, por justamente estar parado, imóvel e inerte vagando sua mente em pensamentos torturantes do que poderia fazer melhor.
Isso, claro, é tudo culpa sua. Mas não se crucifique, pois tudo é questão de escolha. Você escolhe o que você faz na volta do seu trabalho, assim como escolhe o seu trabalho. Você escolhe seus hobbies, assim como escolhe quem fará parte de sua rotina e de seus momentos de tristezas e alegrias. Obviamente que nos momentos eufóricos há muito mais pseudoamigos do que nos momentos tempestuosos.
As suas escolhas, portanto, são os projetistas dos seus hábitos. Quando benfeitas, consequentemente irão predispô-lo a uma vida mais proveitosa. O contrário também se faz verídico: escolhas malfeitas, como exemplificado acima, conduzem a vida uma cascata de negatividade que só acentua traços de ansiedade. Vale lembrar que o Brasil possui o índice de ansiedade mais alto no mundo, o que é preocupante por predispor a crises depressivas e incitar aumento nos níveis de suicídio.
Um dos grandes maus da sociedade atual é a consequência que toda a tecnologia gerou. Passamos longas horas navegando na inutilidade da rede e desenvolvemos longas horas de trabalho intelectual inútil, nos perdendo nas inúmeras abas do Google Chrome que abrimos na ânsia de querer ver tudo. E adivinha? Acabamos vendo tudo superficialmente. Quando vemos. Então, fechamos tudo e nem lembramos o propósito pelo que abrimos o navegador. Um minuto depois, no recinto do nosso travesseiro, colocamos alarmes e lembretes para fazer amanhã o que deveríamos ter feitos naqueles instantes não aproveitados com piadinhas sem nexo ou links sem serventia.
Então, acordamos no dia seguinte, e tudo novamente se repete, exceto pela carga gigante das atividades que nos obrigamos a fazer por ter deixado tudo para o agora. O rendimento então cai e a qualidade das nossas atividades fica decepcionante. A ansiedade aumenta e nossas atitudes não mudam, por justamente focarmos nossas energias pensando no que poderíamos ter feito e não naquilo que podemos ter mudado para deixar nossa vida mais tranquila e proveitosa.
Cada um é responsável pela vida que tem. E por mais que existam discursos motivacionais, a realidade de cada um só muda quando a necessidade de mudança se faz operante. Isso, ninguém pode fazer você. Isso, só começa a gerar mudança no momento que você para de reclamar da falta de tempo, da falta de resultados e da qualidade de sua vida e passa a não culpar os outros pela sua realidade. Garanto que a vida ficaria muito mais leve quando você delegasse suas responsabilidades para você mesmo, e não para sua mãe, seu pai, seus tios, seus chefes ou seja lá quem for o terceiro.