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Saúde

Consultas especializadas: Demanda que só aumenta

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Mesmo com oferta de profissionais em diferentes áreas, pacientes de Erechim e região ainda enfrentam
Por Izabel Seehaber - jornalismo@jornalbomdia.com.br
Foto Izabel Seehaber

Quanto tempo você já precisou aguardar para fazer uma consulta especializada pelo Sistema Único de Saúde? A resposta pode variar conforme a especialidade. Contudo, entre as áreas que mais registram filas está a cardiologia e a oftalmologia.

A porta de entrada para as consultas especializadas são as Unidades Básicas de Saúde que recebem os pacientes e os encaminha, caso necessário, para outros profissionais.

Em todo o Estado, conforme pesquisa da Federação dos Municípios do RS (Famurs), 295.690 munícipes estão aguardando para realizar consultas, exames ou cirurgias especializadas. O prazo médio para realização dos atendimentos é de dois meses a dois anos. O levantamento foi feito no ano passado com 235 prefeituras.

Conforme o assessor técnico Paulo Azeredo Filho, nos últimos anos foram perdidos 907 leitos no interior do Rio Grande do Sul. As demandas mais reprimidas estão em especialidades como cirurgia geral, traumatologia, ortopedia e oftalmologia.

Desde janeiro deste ano até o momento, foram transportadas mais de 1.537.000 pessoas para consultas especializadas em grandes centros. Conforme o assessor, os hospitais de pequeno porte poderiam suprir a demanda de leitos de retaguarda em áreas como a saúde mental, por exemplo. “Seria decentralizar os atendimentos para os hospitais de pequeno porte para auxiliar na demanda dos grandes hospitais. As prefeituras acabam sendo judicializadas para atender a uma demanda que o Estado não está atendendo e seria algo referente ao SUS. Ao todo são mais de 86 mil processos entre Estados e municípios”, pontua.

À nível estadual, áreas como oftalmologia está com 53.992 pessoas aguardando na fila de espera. Na área de ortopedia são 33.885 pessoas; traumatologia: 31.147 pessoas e cirurgia geral: 37.520 pessoas. Já na área de psiquiatria são em torno de 10 mil pessoas na espera.

A dificuldade de contratação de profissionais também foi citada pelo assessor. Ao mesmo tempo ele comenta que nenhuma prefeitura gasta menos que 15% em saúde que é a obrigação constitucional. Diante disso, a média de gastos gira em torno de 21.8% até índices que ultrapassam 40% somente na área da saúde. Erechim gastou em 2017, 21.61% dos recursos em saúde.

 

Desafios

Nos últimos três anos a população cresceu, em média, 100 mil habitantes mas também a crise financeira levou mais de 60 mil pessoas a migrarem para o SUS em razão de muitas vezes terem perdido o acesso a planos de saúde. “Por isso, mais um motivo para fortalecer os hospitais da região, pois caso deixem de atender, um hospital referência, como é o caso do Santa Terezinha, por exemplo”, declara.

 

Erechim

No ano de 2017 o município tinha 100 consultas contratualizadas com o hospital Santa Terezinha. Desde abril de 2017 o número passou para 500 consultas e neste ano, desde abril deste ano, são 625 consultas/ mês, em várias especialidades. Os agendamentos são realizados via Sistema de Regulação disponibilizado para as secretarias de saúde acompanharem o acesso aos procedimentos ambulatoriais e hospitalares.

As especialidades de oftalmologia e cardiologia são as que mais geram filas de aguardo para uma consulta. Atualmente há registro de 1.500 consultas que estão na lista de espera para a área de oftalmologia. Nos últimos dias a prefeitura cadastrou profissionais para um mutirão que visa acelerar o atendimento a esses pacientes.

Conforme o secretário de Saúde, Jackson Arpini, a maioria das especialidades estão disponíveis no próprio Centro de especialidades de Erechim e as outras são realizadas através do contrato com o hospital ou ainda são encaminhadas para atendimento fora da cidade. “Só no ano passado foram encaminhadas 3.769 pessoas para consultas e outros procedimentos em outras localidades de referência, tais como Passo Fundo, Ijuí, Lajeado e Porto Alegre”, cita.

Atualmente o município possui profissionais atuando nas áreas de: otorrinolaringologia, reumatologia, nefrologia, oftalmologia, cirurgia vascular, cirurgia geral, pediátrico e bucomaxilofacial.

O município oferece também 200 consultas na área de psiquiatria, traumatoortopedia e cirurgia geral. Jackson lembra ainda, que há de se considerar que na área da cardiologia, por exemplo, há duas demandas, de consulta e reconsulta para reavaliação.

Dados estatísticos apontam que foram atendidos na atenção básica durante o ano de 2017, 2.200 cidadãos/ dia, considerando todas as unidades de saúde. No mesmo ano, foram realizados pela rede de saúde, 664.190 atendimentos, praticamente seis vezes a população de Erechim.

Já no que se refere às dificuldades, uma que se destaca, segundo o secretário, é a dificuldade de contratação de alguns profissionais, principalmente de dermatologia e endocrinologia.

Pela Secretaria de saúde há três médicos traumatologistas, um pneumologista e um cirurgião geral.

 

Na região

A 11ª Coordenadoria Regional de Saúde de Erechim oferece cerca de 11 mil consultas nos ambulatórios da região, compreendendo 33 municípios e 230 mil habitantes.

De acordo com o coordenador adjunto, Ivan Devensi, o órgão é responsável por regular a primeira consulta e os municípios acompanham os retornos. “Acreditamos que a região está bem servida, está conseguindo suprir as demandas. Não conseguimos definir exatamente a demanda reprimida, pois são os municípios que fazem os controle. Contudo, sabemos que poderíamos melhorar a área de traumatoortopedia, que está sempre aumentando significativamente”, declara.

Ao mesmo tempo, ele salienta que há dificuldades de recursos humanos e financeiros. “Nos últimos anos revimos alguns contratos e em parceria com a Amau, através da complementação junto ao hospital, diminuiu significativamente a fila de espera dos pacientes que são atendidos pela média e alta complexidade”, explica.

Ivan adiantou que estão sendo avaliadas novas parcerias com o propósito de ampliar o número de especialidades.

Atualmente a região dispõe de parceria com três hospitais: Santa Terezinha (Erechim), Acha (Aratiba), hospital São Roque (Getúlio Vargas) e Associação hospitalar de Nonoai, além do hospital de Marcelino Ramos que possui, junto a Getúlio Vargas, leitos para a saúde mental.

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